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Localidade
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![]() ![]() Sérvia |
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Coordenadas | ||||
Região | Macedônia Ocidental | |||
Unidade regional | Cozani | |||
Município | Sérvia-Velventós | |||
Unidade municipal | Sérvia | |||
Altitude | 435 m | |||
População (2011) | ||||
- Total | 2 946 | |||
Código postal | 50500 | |||
Prefixo telefónico | +3024640 |
Sérvia ou Sérbia (em grego: Σέρβια) é uma vila grega da unidade regional de Cozani, no município de Sérvia-Velventós, na unidade municipal de Sérvia. Situada a uma altitude de 435 metros, está localizada na região histórica da Macedônia, com sua histórica remontando ao menos ao neolítico. Próximo a Sérvia estão as vilas de Nova Lava e Castânia. Segundo o censo de 2011, têm 2 946 habitantes.
Sérvia foi fundada na Antiguidade com o nome de Fílacas. Foi rebatizada com seu nome atual pelos romanos em data desconhecida. Foi utilizada por romanos e bizantinos por séculos como forte de passagem entre a Macedônia e Tessália. Apesar de permanecer sob controle bizantino até o século XIV, foi intercaladamente conquistada pelos poderes beligerantes dos Bálcãs, notadamente búlgaros, sérvios e finalmente otomanos. Os últimos, por sua vez, mantiveram controle sobre Sérvia até 1913, quando foi cedida junto da Macedônia para o Reino da Grécia segundo o Tratado de Bucareste.
Próximo ao sítio da vila da Sérvia, ao lado da antiga ponto que atravessou rio Haliácmo, Alan John Bayard Wace descobriu um sítio arqueológico que recebeu seu nome e seria escavado por Walter Heurtley em 1930. Entre 1971 e 1973, em decorrência dos projetos de criação do Lago Polífito, Aikaterina Rhomiopoulou e Cressida Ridley realizaram escavações de salvamento no sítio. Nele foram escavados artefatos que remontam do Neolítico Médio (5 000 a.C.) ao Neolítico Tardio e então a Idade do Bronze Antiga, embora tenha sido identificado um lapso temporal de aproximados 1000 anos entre a última e penúltima fases devido ao abandono do sítio.
O sítio é um monte baixo criado por detritos de fases sucessivas de ocupação humana, começando no Neolítico Médio antes de 5 000 a.C.. Os edifícios quadrados e retangulares, de um ou dois andares, foram enquadrados com massivos postes de carvalho e os muros foram criados com pau a pique. A clássica cerâmica vermelho em creme dessa fase está intimamente relacionada com aquela encontradas nos sítios de Sesclo e Aquileu.
Durante a Antiguidade, o sítio de Sérvia serviu como forte de passagem entre a Macedônia e Tessália e, por isso, receberia seu nome atual. O nome de Sérvia deriva do verbo latino servo, que significa "vigiar" e foi dado pelos romanos, provavelmente substituindo o antigo nome grego de Fílacas (em grego: Φυλακαί; transl.: Phylakaí; em latim: Phylacae). O nome Fílacas é mencionado pelo historiador Plínio, o Velho e o geógrafo Ptolemeu.
Sérvia alcançou seu auge como parte do Império Bizantino, quando tornar-se-ia uma cidade-castelo (em grego: καστροπολιτεία). Durante a restruturação imperial no sistema temático, passou a compor o Tema de Salonica. Em 989, o general e futuro imperador búlgaro Samuel (r. 997–1014) conquistou Sérvia e outras fortalezas da Macedônia. Ela foi concedida ao nobre Niculitsa, que manteve-a até 1001, quando o imperador bizantino Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025) reconquistou-a no contexto da conquista da Bulgária. Por 1018, os fortes vizinhos à Sérvia foram tomados pelo general Nicéforo Xífias.
A cidade de Sérvia permaneceu sob controle bizantino até 1204, quando o Império Bizantino foi dividido pelos cavaleiros da Quarta Cruzada. Em 1256, o imperador de Niceia Teodoro II Láscaris (r. 1254–1258) conseguiu reconquistá-la, que foi mantida pelo império até sua conquista pelo imperador sérvio Estêvão IV Duchan (r. 1331–1355). O imperador bizantino João VI Cantacuzeno (r. 1347–1354), em sua tentativa de retomar as província da Macedônia e Tessália, foi confrontado pelos 500 soldados sob Gregório Prealimpo que estavam aquartelados em Sérvia. O Império Sérvio foi capaz de manter controle de Sérvia por algumas décadas, porém a perdeu em 1073 para o bizantino Aleixo Ângelo Filantropeno (r. 1373–1390). O sucessor e irmão de Aleixo, Manuel (r. 1090–1093), enfrentou as investidas do Império Otomano e perdeu Sérvia em 1390 para Bajazeto I (r. 1389–1402).
Durante o período otomano, Sérvia foi rebatizada em turco otomano como Serfiçe ou Serfidze. Os otomanos mantiveram controle sobre a cidade por vários séculos. Desde pelo menos o século IX, ainda durante o período bizantino, ela havia se tornado sede do bispo de Sérvia e Cozani, função que manteve até 1745, quando a sede do bispado foi transferida para Cozani. Em 1864, com a criação de novas províncias imperiais nos Bálcãs, Sérvia tornar-se-ia sede de um sanjaco. O exército grego entrou em Sérvia em 10 de outubro de 1912, durante a Primeira Guerra Balcânica (1912–1913), após sua vitória contra o exército otomano na batalha de Sarantáporo.
No mesmo dia, 117 cidadãos proeminentes de Sérvia foram capturados e executados pelos otomanos, que estavam deixando a cidade; tal fato teria originado o nome "117 mártires nacionais" (em grego: 117 Εθνομαρτύρων; transl.: 117 ethomartyron) que fora dado a via que leva à prefeitura da cidade. Sob o Tratado de Bucareste de 1913, a Macedônia foi incorporada ao Reino da Grécia. Durante a Segunda Guerra Mundial, em 6 de março de 1943, tropas italianas atearam fogo em resposta a forte resistência enfrentada na região. Tal destruição encerrou o papel proeminente da cidade na prefeitura de Cozani. Em 1998, sob comando da Associação Educacional de Sérvia, a vila recebeu o chamado Museu Folclórico de Sérvia.